Esse texto, chegou a mim um dia após a Sessão do Povo Cigano em que o Cigano que trabalha comigo se utilizou dessa mesma metáfora com uma consulente. Eu sempre tive uma certa dificuldade com essa linha de trabalho e as aproximações sempre exigem mais de mim e por consequência deles, assim, quando é permitido eu conhecer mais esse povo o encantamento e a paixão só aumentam. Foi um dos textos que eu mais gostei e achei de uma beleza indescritível. Esse povo, realmente sabe como fazer-nos apaixonar:

Para o hinduísmo, uma das mais remotas religiões ocidentais, o som se faz
presente através do OM e a dança através do deus Shiva Nataraja.
Conta à lenda, que através de uma
dança chamada de tandava esse mesmo constrói e desconstrói o mundo. Nessa representação, este Deus está dançando, ao som do tambor (que representa a
criação através do ritmo do OM), dentro de um círculo de fogo (representando os
ciclos encarnatórios ou a roda da vida).
Pensemos um pouco sobre essa representação e analisando de forma ampla as
filosofias ocidentais mais antigas de auto aceitação.
Os princípios básicos de entendimento
sobre o eu e o ser, sobre aceitar as imperfeições como constituintes desse
princípio único de existir.
As filosofias espiritas mais modernas
por muitas vezes criticam essa postura, demonstrando através das encarnações a
necessidade de melhora constante na existência e na percepção do eu,quando
deveríamos relaxar e dançar com a música.
O karma , ou o que fizemos em outras
vidas, nos marcam profundamente todas as existências , nos tornando vítimas e
mais ainda (através das filosofias modernas) como juízes críticos de nós
mesmos. Sentimento esse que nos impede de dançar com o ritmo.
A dança assume o sentimento de
liberdade para os ciganos, não somente no seu conceito mais amplo, mas
remetendo às antigas sabedorias ocidentais a exemplo da dança do Shiva em que a
todo momento, através de um ritmo constante , são construídos e desconstruídos princípios, sentimentos, desejos ...

Por que não dançamos contemplando os
passos em falsos e a felicidade em cada batida?
Por que não realizamos a experiência da liberdade e do ritmo constante do amor em nossos corações?
Por que a representação artística e dançante do eu tornou-se desimportante?
Por que buscamos coreografias ensaiadas com o todo quando devemos mostrar a beleza da nossa dança aprendida durante milênios de encarnações?
De um amante cigano, que busca na música reconectar-se com sua essência divina, entregando-se a liberdade e ao amor.
06 de Julho de 2015
Por Cigano Igor
Psicografado por Matheus Capra Ecker
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